quinta-feira, 4 de abril de 2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO POR ELIAN BANTIM


Evangelho (Lucas 24,13-35)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?
19Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Naza­reno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então Jesus lhes disse: “Co­mo sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem che­gando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 


 COMENTÁRIO

Dois dos discípulos de Jesus seguiam para um lugarejo chamado Emaús. Eles iam pelo caminho desesperançados, aflitos, cabisbaixos, decepcionados, pois o Mestre no qual eles apostaram como sendo o libertador de Israel, havia desaparecido. Na verdade, não tinham mais o que fazer em Jerusalém. Três dias e nada de Jesus! Como Ele pode nos abandonar assim? Pensavam eles.


Os discípulos seguiam conversando e discutindo sobre o acontecido. Imagino até o que eles dialogavam: 

- Como pode, amigo, Jesus ter morrido de uma forma trágica. Morte assim, na cruz, é imputada somente aos piores criminosos!? Não me conformo!

- Pois é. Recordo-me das suas tantas pregações, do seu carisma, do seu poder de persuadir com amor. Disse tantas vezes que era o Filho de Deus, o Messias prometido, que ressuscitaria ao terceiro dia.

- Ele não poderia ter sido o Messias, pois deixou-nos todos órfãos.

Essa conversa continuava caminho afora, eles não concebiam a ideia da não superação da morte por Cristo, era como um pesadelo toda aquela situação. Isso também acontece muitas vezes conosco, ficamos desnorteados diante de ocasiões inesperadas e culpamos tudo e todos. Fechamo-nos para a ação de Deus em nossas vidas.

No meio da estrada Jesus os encontra e caminha com eles, mas eles não sabem que é o Mestre Ressuscitado. Jesus interroga-os e espera deles uma resposta. O Mestre almejava penetrar em suas mentes, em seus corações, queria consolá-los. E ele os testa e pergunta: O QUE FOI? Essa mesma pergunta Jesus nos faz hoje, quando das nossas aflições, o problema é que nem sempre o percebemos ao nosso lado e seguimos desiludidos. Os discípulos respondem quase num tom de agressividade, ou quem sabe de impaciência, por não entender como somente aquele homem desconhece o que se passou há três: Tu és o único que não sabe? E então relatam para Jesus o acontecido: “Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.” Jesus, então, puxa-lhes as orelhas e os denomina fracos de inteligência, fracos na fé. Os discípulos é que têm que ressuscitar e para que isso aconteça, Jesus começa a narrar as escrituras que falavam a respeito dele, começando por Moisés. 

Jesus fez o que era necessário, ansiava abrasar-lhes o coração, e conseguiu. Depois se despediu. Eles mais que depressa pediram: “Fica conosco, é tarde, o dia declina.” O Mestre apenas fez que ia prosseguir, ele sabia que eles o chamariam. Até então, nada dos discípulos o reconhecerem. Só o reconheceram “Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.” Jesus desaparece e os deixa meditando. Quanta alegria sentiram, a mesma alegria de Maria Madalena. Imitaram-na, foram correndo avisar os outros discípulos. Sempre que acontecia a experiência com o Ressuscitado, vinha posteriormente a missão de anunciá-lo, despertando também em nós “o anseio de lançar as redes”, o desejo de sermos pescadores de gente, a aspiração de chamar trabalhadores para a sua vinha.

Para finalizar, uma pergunta: A que ponto está nossa fé? Acreditamos mesmo no Filho de Deus, ou ele tem que dar uma de milagreiro para saciar nossa convicção de cristão? Reportar-nos ao Mestre com humildade e sabedoria é o que temos de melhor a ofertá-lo. Não façamos da nossa oração um canal de turbulência com Deus, ele sabe das nossas necessidades, dos nossos sofrimentos, das nossas vontades e desejos. Recorramos à Sagrada Escritura, a fim de que nossos corações se sintam abrasados do amor divino. Assim venceremos todas as tentações e calúnias. 

Senhor, livrai-nos da cegueira espiritual.

Assim seja!

ELIAN MARIA BANTIM SOUSA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

.

.