Fonte: site CNBB
O cardeal Raymundo Damasceno, presidente da CNBB, estava presente na última audiência pública do Papa Bento XVI que reuniu cerca de 200 mil peregrinos na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro, na Praça de São Pedro.
O cardeal Raymundo Damasceno, presidente da CNBB, estava presente na última audiência pública do Papa Bento XVI que reuniu cerca de 200 mil peregrinos na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro, na Praça de São Pedro.
Apesar do frio, o sol brilhava. Ao
entrar na Praça, o Papa fez um giro abençoando a multidão que agitava
bandeiras de várias partes do mundo e cartazes com mensagens de apoio
como “nós estamos todos do seu lado”. Nesse percurso, dom Georg, o
secretário particular, levou várias crianças para que recebesse um beijo
do Papa. O veículo chamado “papamóvel”, depois de passar por todos os
corredores na Praça, subiu até o centro da plataforma que fica diante da
Basílica Patriarcal de São Pedro aonde realizou sua catequese
costumeira.
O início da audiência foi marcado pela
proclamação de um trecho do primeiro capítulo da Carta de São Paulo aos
colossenses. Em seguida, o Papa agradeceu a numerosa presença de fiéis,
disse que estava comovido e que via a “Igreja viva”. Agradeceu e disse
que “abraçava” toda a Igreja. Prometeu levar a todos por meio da oração.
“Neste momento existe em mim muita confiança”, disse o Papa. Lembrou o
dia 19 de abril de 2005 quando assumiu o ministério petrino, quando
ressoaram as palavras: “Senhor, por que me pede isso?”, mas como
considerou a vontade de Deus, aceitou. Bento XVI disse que 8 anos depois
pode afirmar que Deus esteve sempre presente e atuante.
O Papa disse que sempre soube que o
barco da Igreja não é nosso, mas é de Deus e Ele não vai deixar esse
barco afundar. “Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão”,
disse o Papa. O dom da fé é o dom mais precioso que temos e que ninguém
pode nos tirar, reforçou Bento XVI. Ele disse também que um papa nunca
está sozinho na condução do ministério petrino. Considerou a ajuda dos
cardeais, o secretario de estado e todos da Cúria. “Um pensamento
especial à Igreja de Roma, minha diocese”, referiu-se ao povo da diocese
afirmando que em seus contatos, esteve muito próximo a todos como pai.
Expressou gratidão ao Corpo Diplomático
da Santa Sé e aos serviços de comunicação que favorecem a comunhão da
Igreja no mundo inteiro. “O Papa pertence a todos e muitas pessoas se
sentem próximas dele”, sublinhou. Disse que recebe cartas de pessoas
ilustres, mas também recebe mensagens de pessoas simples que o tratam
como membro de um corpo vivo, o corpo de Jesus Cristo. Num tempo em que
muitos falam de declínio da Igreja, ele sente a força da Igreja.
O Papa recordou que ao perceber a
diminuição de suas forças não pensou no seu próprio bem, mas no bem da
Igreja. “Amar a Igreja significa também fazer escolhas difíceis”,
declarou. Bento XVI lembrou que quem assume o ministério petrino abre
mão de sua vida particular, porque não pertence mais a si mesmo:
“pertence a todos e todos pertencem a ele”. O Papa garantiu que não
volta a uma vida privada com a movimentação normal, mas permanece no
ambiente de São Pedro. E, por fim, agradeceu a todos que compreenderam a
sua decisão e repetiu que repetiu que continua acompanhando a vida da
Igreja.
Bento XVI, no final de sua palavra,
pediu a todos que rezem pelos cardeais na escolha do novo Papa. E
terminou com uma declaração fraterna e carinhosa: “Caros amigos: Deus
guia a sua Igreja”. Seguiu-se um longo aplauso.