Pe. Jordan

João Batista Jordan nasceu aos 16 de junho de 1848 em Gurtweil, uma pequena vila de Baden, perto de Friburgo, Sul da Alemanha, na fronteira com a Suíça. Foi batizado aos 17 de junho de l848. Seus pais, Lourenço e Notburga Peter Jordan, tinham 3 filhos: Martinho, João Batista e Eduardo. Como bons católicos, Lorenço e Notburga fazem questão de batizar o pequeno João Batista em sua comunidade paroquial de Gurtweil. E conforme o costume da época, fazem-no logo no dia seguinte ao seu nascimento.

Sua família era pobre e simples. Seu pai não tendo formação profissional, se empregou num restaurante para cuidar dos cavalos dos hóspedes. Sua mãe se empregou no mesmo restaurante, como faxineira.
Quando João Batista tinha 7 anos, seu pai sofreu um acidente no trabalho (coice de cavalo) que o deixou inválido. Oito anos após, o pai falece, quando João Batista completava 15 anos. Como a família Jordan é pobre, ele tem que suspender os estudos logo ao terminar o curso primário, aos 14 anos.

João Batista, de temperamento sangüíneo, era muito travesso, líder das traquinagens e o favorito de seus companheiros de escola. Já na época de sua adolescência, por ocasião da Primeira Eucaristia, uma profunda experiência interior veio mudar o rumo da vida de Jordan. Após a celebração da Primeira Eucaristia, o pároco chamou atenção de Jordan por causa de seu comportamento estranho na hora da comunhão. Jordan respondeu tranquilamente: “Não tive culpa, pois, sobre minha cabeça pairava uma pomba branca que, então voou para o céu. Mais tarde ele mesmo interpretou este acontecimento como momento de sua conversão. Ele mesmo confessa: “Após a primeira eucaristia e a morte do pai, senti-me como que transformado. Até aos 12 anos eu era leviano. A partir de então fiquei bem diferente.”

Com a morte do pai, que estava inválido, sua família que já vinha em condições bastante precárias, ficou reduzida à miséria extrema e João Batista teve de enfrentar a sorte do assalariado, empregando-se em construção de estradas de ferro e drenagem de rios (l862-1864) para poder ajudar a sustentar a família. Assim ele foi se familiarizando com a luta pela vida, a cruz e o sofrimento, desenvolvendo o espírito de responsabilidade e perseverança nas dificuldades.

Dois anos mais tarde, João Batista inicia sua formação profissional. Surge-lhe a oportunidade de fazer um curso de pintor decorador, que responde aos seus dons artísticos. Após dois anos de estudo, obteve o certificado de profissionalização e consegue um trabalho como autônomo (1864-1869) com o qual ele passa a viver. Entretanto, João Batista sente-se fortemente atraído ao sacerdócio.

Como pintor viandante, começa a se dar conta de sua grande capacidade para as línguas, volta a estudar, mas não é aceito no curso regular por já ter atingido 21 anos de idade. Então, recebendo aulas particulares dos padres da paróquia, Pe. Caetano Gesller e Frederico Weber em um ano e meio, consegue o segundo grau preparando-se para a Universidade. Jordan era estudante que curtia a fome, boas famílias partilham com ele a mesa, um dia numa casa outro dia noutra. Com 26 anos de idade, iniciou seus estudos universitários em Friburgo e, em 21 de junho de 1878, realizou seu grande sonho sendo ordenado sacerdote pelo bispo Dom Lotário Von Kubel, e no dia 25 de junho em Dottingem na Suíça celebrou sua primeira missa, já que não pode fazê-lo em sua terra natal por causa da Revolução Cultural (Kulturcampf).

Jordan queria fortalecer a fé do leigo em seu meio ambiente social e cultural, dando-lhe um forte impulso apostólico missionário. Uma segunda aspiração era contribuir para o aprofundamento do espírito comunitário da Igreja. Ele queria unir novamente fé e vida contemporânea. Impulsionado pela coragem e o vigor de sua fé, Pe. Jordan quer um instituto de caráter universal. Para tanto, organiza uma sociedade em três graus:

O Primeiro Grau
O é constituído por sacerdotes, religiosos (as) e leigos(as) que, a exemplo dos Apóstolos deixam tudo, comprometendo-se, por voto, a se dedicar inteiramente e por toda a vida à missão da “Sociedade” na Igreja, animando e coordenando suas atividades.
Segundo Grau
O é constituído por sacerdotes, religiosos(as) e leigos(as) intelectuais, os quais, sem abandonar sua profissão, aderem à missão da Sociedade no campo científico-literário.
Terceiro Grau
Pe. Jordan agia sempre disposto a responder ao chamado de Deus com aquela sabedoria apostólica, capaz de assumir também tarefas inusitadas e difíceis. A consciência da missão e a confiança em Deus têm suas raízes na constância da sua fé e sua pronta submissão a Deus. é constituído por pessoas, homens e mulheres, de qualquer condição social, os quais, sem abandonar sua profissão, se unem à Sociedade, comprometendo-se a realizar a missão da mesma em seu respectivo campo de atividade e/ou meio-ambiente.
Por natureza, Pe. Jordan era um homem impetuoso e persistente nas próprias idéias. Era um místico, rezava sem cessar, carismático pela graça que nele operava, não era um organizador, nem um administrador. Não tinha orgulho nem presunção, mas consciência de suas limitações.

Pe. Jordan comunicou a idéia e conquistou companheiros para a obra. E, tendo se reunido com seus dois primeiros companheiros, Pe. Boaventura Lüthen e Pe. Frederico Leonardi, fundaram oficialmente a Sociedade Apostólica Instrutiva, no dia 08 de dezembro de 1881, na pequena Capela de Santa Brígida, em Roma. Trata-se do Primeiro Grau da Sociedade. Entretanto, já em julho do mesmo ano, em Ottobeuren, Alemanha, havia fundado o Terceiro Grau, do qual fazem parte padres e leigos. Nela também Teresa Von Wullenweber faz seus votos.

Em l882, a pedido da Santa Sé, muda o nome de “Sociedade Apostólica Instrutiva” para “Sociedade Católica Instrutiva”. E, mais tarde em 1893, pela mesma razão , muda mais uma vez o nome da Sociedade, agora para “Sociedade do Divino Salvador”, nome que permanece.

Depois de muitas lutas, Pe. Jordan fundou a Congregação das Irmãs do Divino Salvador em Tívoli, cidade vizinha de Roma, aos 08 de dezembro, tendo como primeira religiosa e coordenadora do grupo das noviças Teresa Von Wullenweber, recebendo, neste dia, o nome de Maria dos Apóstolos. Pe. Jordan lhe dá a mesma regra da Sociedade Católica Instrutiva, porém adaptada às Irmãs. Nosso Fundador sentiu grande alegria de ver sua Sociedade espalhada em muitos países nos vários continentes do mundo.

Faleceu em Taffers, na Suíça, no dia 08 de setembro de 1918, com fama de santidade. No dia 12 de setembro de 1956 seus restos mortais foram transladados para Roma, onde se encontram ainda hoje na Casa Geral dos Salvatorianos.

Está em andamento o processo de beatificação do Servo de Deus, Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan, fato que comprova a sua santidade de vida, bem como a importância de sua obra para a Igreja.
Ir. Ema Melânia Zago

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