quarta-feira, 16 de maio de 2012

COMPLEMTAÇÃO À MENSAGEM DA CNBB SOBRE AS ELEIÇÕES

 
Orientações  para as Eleições municipais de 2012
Complementação à Mensagem da CNBB sobre as eleições

No período eleitoral, a CNBB orienta suas comunidades eclesiais a agir atentas aos sinais do Espírito, na certeza de que o Senhor continua em nosso meio, caminhando conosco, partilhando nossas esperanças e angústias.

Esse mesmo Espírito nos impulsiona a buscar sempre o novo: um novo Estado, uma democracia mais ampla e participativa, uma nova forma de fazer justiça, uma nova forma de viver uma igualdade na dignidade dos filhos de Deus.

Para vivenciarmos esses valores no período do processo eleitoral, oferece sugestões práticas para motivar a bem votarmos  nas eleições municipais de 2012:

Agir coletivamente

O momento da realização das eleições municipais em nosso País deve ser aproveitado para a reflexão e a construção de novas práticas, de novas posturas, tanto do Estado como do povo frente a ele para darmos passos na consolidação da democracia. O primeiro passo será buscar a construção da consciência coletiva, levando o povo a se constituir como sujeito do processo político.  Os grupos comunitários, organismos ou pastorais sociais tenham esta preocupação entre seus objetivos; podem ser o espaço aglutinador e coordenador do processo de construção da consciência coletiva, objetivando a construção da cidadania.

Formar as comunidades para a participação

Diante do amplo desencanto e descrédito com o processo político em grandes parcelas da população, notadamente dos jovens, é fundamental a formação da consciência de que o novo Brasil e o novo município virão com a nossa participação.

Cruzar os braços ou fazer de contas de que nada está acontecendo é atitude de quem quer manter a coisa como está, deixando todas as decisões nas mãos dos que detêm o poder.

Conscientizar para o voto cidadão

É necessário usar de todos os meios possíveis para conscientizar os cidadãos e cidadãs deste País da responsabilidade de votar, e de votar bem.

É preciso conscientizá-los para o fato de que o voto tem relação com o bem-comum. Daí a necessidade de:
  1. Produzir instrumento de educação política ou utilizar os já existentes;
  2. Debater na comunidade os temas políticos em circulação para entendê-los melhor;
  3. Conhecer as funções que estão em jogo nas eleições municipais: a missão do prefeito/a e vice, a função dos vereadores/as;
  4. Ter presente as várias possibilidades da Lei da Ficha Limpa e conhecer as fichas dos candidatos/as. Ficha suja não merece o nosso voto.
Criar Comissões de acompanhamento político
 Não deixar o(a) eleito(a) sozinho. Lembremo-nos de que as experiências têm mostrado a importância do eleito(a) estar comprometido com a comunidade. Ele pode tornar a Câmara  mais transparente à participação popular.

Pensar um projeto para o município
Temos já várias experiências nesse campo no Brasil, onde os problemas dos municípios são discutidos, não só por técnicos e políticos, mas por toda a população organizada, tendo como objetivo construí-lo integrando os nossos sonhos.
Podemos citar as assembléias municipais com caráter popular, realizadas a partir da população organizada ou a partir de governos populares comprometidos com a democracia participativa.

Pensar no Brasil e  nos seus diversificados problemas sem solução
Embora as eleições de 2012 sejam Municipais, há questões que devem estar presentes, dada a sua gravidade e a sua importância no momento histórico:
  1. A revisão do modelo econômico e da forma de consumo;
  2. A busca de uma nova forma de encarar o trabalho. Pensemos na encíclica papal “Rerum Novarum” de 1891, onde o trabalho precede o capital, e na encíclica “Sobre o Trabalho Humano” do Papa João Paulo II, que diz ser “o  trabalho a forma do humano ser co-criador do universo”;
  3. Tomar a vida mais digna, desde a sua concepção até o fim natural, como a busca incessante de todo agir humano, notadamente daqueles e daquelas que assumem posições significativas no espectro político;
  4. O processo de democratização do acesso a terra e ao solo urbano: no campo, a busca de uma ampla Reforma Agrária com reforma agrícola, sempre adiada em nosso país; e na cidade, a  busca de uma reforma urbana.
  5. A necessidade de tornar os meios de comunicação mais democráticos, democratizando inclusive o direito à informação e à comunicação, questionando os monopólios presentes nesta área;
  6. A urgente Reforma Política, com  ampla participação da população, para atender a todos e não apenas aos interesses de pessoas e grupos encastelados no poder.
Aparecida, 26 de abril de 2012

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