Secretário-geral da CNBB manifesta solidariedade em nome dos bispos
Publicado em 11/07/2012, às 06h32
Brasília (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) divulgou no início da tarde desta terça-feira (10/07) uma nota
oficial de pesar pela morte do Cardeal Eugênio de Araújo Sales,
Arcebispo emérito do Rio de Janeiro. O secretário-geral da conferência,
dom Leonardo Steiner, manifesta solidariedade com o povo e o arcebispo
da Arquidiocese do Rio de Janeiro e com os familiares de Dom Eugênio,
particularmente com seu irmão, dom Heitor de Araújo Sales, Arcebispo
emérito de Natal (RN).
Veja a íntegra da nota:
Nota de condolência pelo falecimento do cardeal dom Eugênio de Araújo Sales
A Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) recebe, com profundo pesar, a
notícia da morte do Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales, Arcebispo
emérito do Rio de Janeiro (RJ), ocorrida no final da noite desta
segunda-feira, 9 de julho de 2012.
Dom Eugênio é uma verdadeira página da história da Igreja no Brasil.
Seu caminho de vida percorrido como padre e bispo está associado aos
marcos do trajeto feito pela comunidade dos discípulos missionários de
Cristo neste país. Ordenado padre em 1943, desempenhou trabalho pastoral
na então diocese de Natal (RN) onde veio a ser bispo auxiliar da já
arquidiocese de Natal, em 1954, por nomeação do Papa Pio XII. Nomeado
como Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, em 1968, criado Cardeal
no Consistório de 1969, Dom Eugênio ficou na Bahia até ser transferido
pelo Papa Paulo VI para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, em 1971, lugar
onde exerceu seu pastoreio até a renúncia aceita pelo Papa João Paulo
II, em 2001.
Inspirado pelo seu lema episcopal, “Impendam et Superimpendar”
(alusão a 2Cor 12, 15: “Quanto a mim, de muito boa vontade gastarei o
que for preciso e me gastarei inteiramente por vós”), Dom Eugênio foi
Padre Conciliar do Vaticano II, criador da Campanha da Fraternidade e
também apoiou o Movimento de Educação de Base e as Comunidades Eclesiais
de Base. Homem de vasta cultura, sempre teve admiração por parte da
sociedade brasileira. Por tudo isso e pela sua expressão de pastor, Dom
Eugênio foi uma permanente referência da Igreja nos momentos mais
significativos da vida social e política no Brasil. Ele jamais se
recusou a dar sua palavra firme, ortodoxa, clara a respeito dos mais
importantes princípios da vida moral tanto da pessoa quanto da
sociedade.
Era um comunicador que chegava, com facilidade, ao entendimento da
opinião pública, mesmo depois de se tornar arcebispo emérito do Rio de
Janeiro, Dom Eugênio manteve publicação regular de seus textos em um
blog na internet. Recentemente, por ocasião da Páscoa deste 2012, ele
mesmo determinou que seria publicado um último artigo no qual ele
escreveu: “Ao passo que a alegria, presságio do transcendente, faz-nos
sentir algo superior às experiências comuns, ela, todavia, acorda em nós
o mais próprio, o mais íntimo de nós mesmos. Será que não está inscrita
na experiência pura e honesta da alegria uma tênue e todavia forte
certeza de que a mais profunda realidade de nosso ser é imagem do
eterno? Este estado de alma é como uma atmosfera jubilosa de nossa
mente, que se reflete em nossos sentimentos e que se irradia em nossos
relacionamentos humanos”.
Despedimos-nos de Dom Eugênio com este sentimento que ele antevia em
sua reflexão, isto é, com “presságio de transcendência”. Agradecemos a
Deus pela sua caminhada cheia de frutos para a vida da Igreja e do povo e
nos solidarizamos com seus familiares, especialmente com seu irmão Dom
Heitor Araújo Sales, Arcebispo emérito de Natal, com a Arquidiocese do
Rio de Janeiro e com Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de
Janeiro. Nossa oração nos consola na certeza de sua Páscoa e na
esperança de que esse nosso irmão compartilhava da convicção que nos foi
deixada pelo apóstolo de que a “a coroa da justiça” está reservada para
ele pelo Senhor, o justo juiz, que dará essa coroa, “não somente a ele,
mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação”( 2 Tm
4,8).
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
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