segunda-feira, 4 de julho de 2011

BENTO XVI - 60 ANOS DE SACERDÓCIO



Bento XVI comemorou 60 anos de sua Ordenação Sacerdotal nesta quarta-feira, 29 de junho, Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo.

“Era um esplêndido dia de verão, que é inesquecível como o momento mais importante da minha vida”, define o Papa em sua autobiografia “A Minha Vida”, escrita quando ele ainda era Cardeal.

O diretor espiritual do Seminário Arquidiocesano São José, de Niterói (RJ), e presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib) para o Regional Leste 1 da CNBB, padre Demétrio Gomes, explica que, no dia da Ordenação, o sacerdote passa por uma mudança ontológica, isto é, a cerimônia não é apenas a coroação do tempo de estudos dos que se preparam para receber as ordens sagradas. Antes, é dom que Deus concede a quem Ele quer, e que não depende das aptidões e capacidades humanas:
“Isso significa que o sacerdócio não é apenas nova função, mas provoca uma mudança no próprio ser da pessoa. Os homens que recebem esse Sacramento passam a ser configurados a Cristo Cabeça, a re-presentar, tornar presente o próprio Cristo Senhor no meio dos homens”.

É nessa perspectiva que se insere a necessidade de as pessoas terem a consciência de que o padre, apesar de compartilhar as mesmas misérias e fragilidades com seus outros irmãos, carrega consigo um tesouro incomparável, que o transforma e provoca uma mudança radical no seu próprio ser.

O Papa, em visita à Alemanha em 2006, disse, na Catedral onde recebeu a Ordenação, que essa foi como “a iniciação na comunidade dos amigos de Jesus, aqueles que são chamados a estar com Ele e a anunciar a sua mensagem”. Essa visão de amizade com o Senhor é imprescindível para que o padre possa viver a santidade própria de seu estado de vida.

“A amizade com Cristo gera a santidade do sacerdote. Se ele não for um homem profundamente enraizado na vida de intimidade com seu Senhor, não terá o que transmitir. Ninguém dá o que não tem. O sacerdote só tem algo a comunicar se antes fez a experiência de ser amigo de Cristo, se tem uma profunda vida de oração, vivência da Palavra de Deus. Aí surge o apostolado sacerdotal como transbordamento dessa vida interior”, complementa.

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